ANJOS – O EXERCITO DE DEUS (Parte II)

Continuação do estudo resumido proferido por Pr. Marcos Marangoni
Suas Capacidades e Poderes
 
Os anjos são apresentados como seres pessoais. É possível interagir com eles. Eles têm inteligência e vontade (2 Sm. 14:20; Ap. 22:9). São criaturas morais, alguns sendo caracterizados como santos (Mt. 25:31; Mc. 8:38; Lc. 1:26; At. 10:22; Ap. 14:10), enquanto outros, os que decaíram, são descritos como seres que mentem e pecam (Jo. 8:44; 1 Jo. 3:8-10).

Em Mateus 24:36 Jesus insinua que os anjos possuem conhecimento sobre-humano, mas, ao mesmo tempo, afirma expressamente  que esse conhecimento não é ilimitado: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. Assim como os anjos possuem um grande conhecimento, mas não onisciência, também possuem um poder sobre-humano, mas não onipotência. Esse grande poder deriva de Deus, e os anjos continuam dependendo de sua boa vontade para exercê-lo. Isso se aplica também a Satanás, cuja capacidade de afligir Jó foi circunscrita pelo Senhor (Jó 1:12; 2:16). Os anjos de Deus só agem para cumprir as ordens de Deus. Não há exemplos de anjos agindo independentemente. Só Deus faz os milagres (Sl. 72:10). Sendo criaturas, os anjos estão sujeitos a todas a limitações das criaturas.

Suas Atividades
1. Os anjos louvam e glorificam continuamente a Deus (Jó 38:7; Sl. 103:20; 148:2; Ap. 5:11,12; 7:11; 8:1-4). Embora essa atividade em geral se dê na presença de Deus, em pelo menos uma ocasião aconteceu na terra – no nascimento de Jesus, os anjos cantaram: “Glória a Deus nas maiores alturas” – Lc. 2:13,14.
2. Os anjos revelam e comunicam a mensagem de Deus para os homens. O Novo Testamento os apresenta com freqüência como portadores das mensagens de Deus. Gabriel aparece para Zacarias (Lc. 1:13-20) e Maria (Lc. 1:26-38). Os anjos também falam com Filipe (At. 8:26), Cornélio (At. 10:3-7), Pedro (At. 11:13; 12:7-11) e Paulo (At. 27:23).
3. Os anjos ministram aos crentes. Isso inclui sua proteção contra danos. Na igreja primitiva, foi um anjo que livrou da prisão os apóstolos (At. 5:19) e, mais tarde, Pedro (At. 12:6-11). O salmista experimentou o cuidado dos anjos (Sl. 34:7; 91:11). Entretanto, o maior ministério é no suprimento de necessidades espirituais. Os anjos têm grande interesse na batalha espiritual dos crentes, regozijando-se em sua conversão (Lc. 15:10) e servindo-os em suas necessidades (Hb. 1:14). Os anjos são espectadores de nossa vida (1 Co. 4:9; 1 Tm. 5:21) e estão presentes na igreja (1 Co. 11:10). Na morte, os crentes são transportados pelos anjos para um lugar de bênçãos (Lc. 16:22).
4. Os anjos executam julgamento sobre os inimigos de Deus. O anjos do Senhor levou morte a 185.000 assírios (2 Rs. 19:35), e 70.000 aos filhos de Israel até que o Senhor lhe disse para retirar a mão que estava sobre Jerusalém (2 Sm. 24:16). Foi um anjo do Senhor que matou a Herodes (At. 12:23. O livro de Apocalipse está cheio de profecias a respeito do julgamento que será efetuado pelos anjos (8:6-9:21; 16:1-17; 19:11-14).
5. Os anjos estarão envolvidos na segunda vinda. Eles acompanharão o Senhor em sua volta (Mt. 25:31), assim como estavam presentes em outros acontecimentos significativos da vida de Jesus, incluindo seu nascimento, tentação e ressurreição. Eles separarão o trigo do joio (Mt. 13:39-42). Cristo enviará seus anjos com um grande som de trombetas para reunir, dos quatro ventos, os eleitos (Mt. 24:31; veja tb. 1 Ts. 4:16,17).


Conclusões
1.  Para nós, é um consolo e um incentivo saber que há numerosos e poderosos agentes invisíveis à disposição para nos ajudar nas necessidades. Os olhos da fé farão pelos que crêem o que a visão dos anjos fez pelo servo de Eliseu (2 Rs. 6:17).
2. O Louvor e o serviço dos anjos a Deus nos dão um exemplo de como devemos nos conduzir agora e de como será nossa atividade na vida do além, na presença de Deus.
3.  Ficamos alertas quando percebemos que até os anjos, que estavam perto de Deus, sucumbiram à tentação e caíram. Isso é um aviso para nós: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co. 10:12)
4. O conhecimento acerca dos anjos maus servem para nos alertar contra o perigo e a sutileza da tentação que se pode esperar das forças satânicas e nos faz perceber algumas estratégias do diabo. Precisamos nos guardar contra dois extremos. Não podemos tratá-lo com muita leviandade, para não subestimar seus perigos. Por outro lado, também não podemos nos interessar demais por eles.
5. Ganhamos confiança ao perceber que, por mais poderosos que sejam Satanás e seus cúmplices, há limites definidos com respeito ao que podem fazer. Podemos, portanto, pela graça de Deus, resistir a ele com sucesso. E podemos saber que sua derrota final é certa, pois Satanás e seus anjos serão lançados no lago de fogo e enxofre para sempre (Mt. 25:41; Ap. 20:10).